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No projeto para a futura unidade do Sesc em São Bernardo do Campo retomamos a ideia forte de “cidadela”, ou “vila”, já experimentada com sucesso no Sesc Pompeia há mais de 30 anos e também em outras unidades nas quais predomina a comunicação horizontal na circulação de pessoas.
A unidade estará localizada em uma área de aproximadamente 21 mil metros quadrados, parte da gleba originalmente pertencente à Companhia Cinematográfica Vera Cruz (1948/1953) e posteriormente transferida para a municipalidade. Seccionada em 3 partes distintas e conectadas entre si, deverá acomodar um extenso programa de uso e atividades culturais, desportivas, de lazer e educacionais.
Este terreno destinado à instalação da futura unidade circunda o grande galpão remanescente da Cia. Vera Cruz que abriga os estúdios ainda em funcionamento, contornando-o pelos lados sul, leste e norte. Essa conformação da área do Sesc define naturalmente o projeto de ocupação do terreno em três blocos (1, 2 e 3). Estes estarão conectados por uma passarela aberta e coberta que funcionará como rua ou alameda de circulação para todos os usuários e servidores da unidade.
Com a predominância da circulação horizontal entre as áreas de uso público (70% pavimento térreo ou 80% quando incluímos cozinha e restaurante como segundo térreo), a acessibilidade universal se dará facilmente com o acesso dos usuários às várias atividades, reforçando o caráter de uma pequena comunidade ou vila.
Quando pensada para uma cidade industrial como São Bernardo do Campo, a ideia de uma “cidadela” nos leva a propor uma arquitetura que remeta ao imaginário fabril. Ela está na adoção dos telhados industriais inclinados, nos sheds de iluminação e ventilação, nas telhas metálicas, nas paredes robustas e solidas que brotam do solo, ou na própria passarela de concreto que conecta as edificações, como se ligasse galpões em uma vila industrial.
Adotamos a pedra amarela ferruginosa (arenito “Pedra Castelo” do Piauí) – viva e quente, sólida e perene – como revestimento unificador do conjunto de edificações da futura unidade. Dessa forma, também os galpões em tijolo vermelho e concreto que abrigam os estúdios da Vera Cruz serão, por distinção de materiais, valorizados. Estarão envolvidos, ou encastelados pela “pedreira amarelo ocre” das novas construções.
Todos esses elementos – físicos e simbólicos – fundidos em uma nova arquitetura, darão o caráter, ou a personalidade a essa unidade do Sesc São Bernardo. Uma homenagem à história recente da cidade e a sua gente.