São Bartolomeu

Salvador, BA
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ficha técnica

Ano:
2008
Área:
55.700m²
equipe:
Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz, Cícero Ferraz Cruz, Anne Dieterich, Anselmo Turazzi, Beatriz Marques, Fabiana Fernandes Paiva, Felipe Zene, Gabriel Grinspum, Kristine Stiphany, Luciana Dornellas, Márcio Targa, Pedro Del Guerra, Pedro Vannuchi, Sérgio Ekerman, Vinícius Spira e Victor Gurgel
Imagens:
Ives Padilha e Acervo Brasil Arquitetura
Premiações:

Descrição:

O projeto São Bartolomeu é norteado por ações de reurbanização que visam estabelecer condições dignas de habitabilidade para toda a comunidade que vive em situação precária, insalubre, sem equipamentos públicos de uso coletivo e em território com alto risco de inundação, por conta da ocupação do mangue.

Situada junto à foz do Rio do Cobre na Enseada do Cabrito, toda a área recebeu intervenções urbanísticas e de reurbanização acima da cota 2,5 metros, visando a segurança para os moradores e a consequente recuperação do manguezal, um dos últimos remanescentes dentro da área urbana de Salvador. Foram demolidos 374 imóveis e construídas 360 novas moradias em edifícios de dois pavimentos, uma creche, uma praça com área comercial e o Centro de Referência de São Bartolomeu. Este último funciona como porta de entrada e acolhimento aos frequentadores e visitantes do Parque São Bartolomeu, área de proteção ambiental e espécie de santuário do candomblé na Bahia.

Com a eliminação de todas as construções abaixo da cota 2,5 metros (inundação em marés altas) e a manutenção das 262 edificações no trecho do bairro em cotas mais elevadas, o projeto modificou a estrutura de ocupação do solo existente, visando a regeneração do tecido urbano através de novo desenho para as ruas, acessos e passagens, escadas, rampas, vegetação, iluminação etc. As novas habitações, distribuídas em dois pavimentos, proporcionam maior densidade à implantação, liberando as áreas inundáveis para a recomposição do mangue.

O Centro de Referência de São Bartolomeu impõe-se na paisagem com duas grandes águas de telhado cobrindo um edifício sólido, assentado ao rés do chão. Foi construído com materiais baratos e tecnologia convencional – paredes de blocos de concreto, laje de concreto armado, escadas, passarelas, varandas e estrutura da cobertura de madeira (eucalipto tratado), bem como telhas metálicas termoacústicas. Como uma grande oca, abriga atividades de um centro de convivência multiuso e um programa de educação para a cidadania e estudos das tradições afro-baianas, especialmente do culto do candomblé.

A creche, assentada numa cota mais elevada, ocupa a encosta da montanha. Com vista para o mar e ladeada pela vegetação, foi construída com os mesmos materiais e em moldes idênticos aos do Centro de Referência.