Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Sevilha – Colaboração com Lina Bo Bardi

Sevilha, ESPANHA
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ficha técnica

Ano:
1991
Área:
-
equipe:
Lina Bo Bardi, André Vainer, Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki
Imagens:
Acervo Instituto Bardi - Casa de Vidro
Premiações:

Descrição:

A GRANDE CAIXA

Um Memorial para o Homem do Sempre Novo Mundo.

Uma “Grande Caixa” folheada com mármore branco Neve Brasil será o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Sevilha em 1992. Ar condicionado total e iluminação artificial. Tudo fechado. Do lado de fora, a fachada principal, somente um grande feixe de dutos e tubulações técnicas (ar condicionado, elétrica, hidráulica, informática e comunicações) de várias dimensões e cores.

A grande sala de exposições (56,60m x 17,30m e 12,00 de pé-direito) poderá também abrigar uma mostra do que era o Brasil (e toda a América) antes das Descobertas. Uma exposição para diferentes públicos, rigorosamente científica, dos vestígios da vida pré-histórica encontrados no Piauí (“Fundação Museu do Homem Americano”, São Raimundo Nonato, PI). As origens da cultura, da história, das coisas… Praticamente, as origens do Homem.

O restaurante, na pavimento térreo, com grandes mesas coletivas, poderá oferecer as comidas daquele Brasil pré-Descobertas, trazidas para os nossos dias: a mandioca e o milho, as frutas (sucos e sorvetes), as verduras, etc. Salada de palmito, manga e abacate. Mamões, abacaxis, cajus, cupuaçus, pinhas, jaboticabas, umbus, carambolas, ciriguelas, melancias, bananas, e… laranjas…

O teatro-auditório, com suas galerias laterais, poderá ter usos variados: cinema, teatro, vídeo, conferências, música, bailes e shows multimídia.

Espetáculos brasileiros ligados às grandes exposições poderão ser apresentados (ex. dança ritual dos índios Pankararu, de Pernambuco, que reproduz a mesma gestualidade encontrada nas pinturas rupestres de 12 mil anos atrás).

Este MUSEU-CAIXA deverá começar sua vida com uma exposição um pouco fora do comum, a do HOMEM FANTÁSTICO, ESPECTRAL, QUIMÉRICO.

BARDI, Lina Bo. PAVILHÃO DO BRASIL – Apresentação do projeto apud Lina Bo Bardi / Marcelo Carvalho Ferraz, org. – 4.ed. – São Paulo: Instituto Bardi: Casa de Vidro: Romano Guerra Editora, 2018, p. 314.

 

 

Existe uma grande diferença entre as denominações nacional e nacionalista. O nacional popular é a identidade de um povo, de um país.

O país nacionalista é, por exemplo, a Itália fascista, a Espanha de Franco e outros exemplos. O nacionalismo é um erro gravíssimo que confunde as idéias das pessoas, tirando o sentido do nacional. Você pode ser negro, branco ou amarelo, do norte ou do sul, e ser nacional, entrando no grande convívio internacional com as características originais e sagradas do seu país, o que é digno de orgulho.

O nacionalismo é o caminho errado, político-reacionário, o pior que existe no mundo, cheio de empáfia e sem nenhum significado. O nacional traz implícito o povo com todas as suas manifestações. Você pode trabalhar para mudar as coisas até com sucesso, como os russos em 1917. Mas essa não é a única solução. Existem outras se você souber assumir com dignidade a sua posição nacional.

BARDI, Lina Bo. PAVILHÃO DO BRASIL – Aula FAU/USP – São Paulo, 1989 – Projeto – nº 149 – São Paulo, 1992, Edição Especial apud Lina Bo Bardi / Marcelo Carvalho Ferraz, org. – 4.ed. – São Paulo: Instituto Bardi: Casa de Vidro: Romano Guerra Editora, 2018, p. 315.

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