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ficha técnica
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Um museu com a dimensão e a importância do Museu do Trabalho e dos Trabalhadores não poderia ficar em melhor lugar do que no coração de São Bernardo do Campo. O centro da cidade possui um conjunto arquitetônico moderno com grandes espaços públicos. Além disso, um novo plano para a criação de um Parque Central visa redesenhar o sistema viário dessa zona, liberando o nível térreo para a circulação de pedestres e criando uma área verde contínua que ligará os diversos equipamentos públicos hoje existentes. É nesse contexto que se insere o Museu do Trabalho e dos Trabalhadores, em um terreno de 10 mil metros quadrados originalmente ocupado pelo mercado municipal, ao lado do Paço Municipal.
O museu está implantado na extensão desse parque, em meio a um jardim com árvores, arbustos e trepadeiras entremeados por grandes máquinas e artefatos industriais em desuso – objetos que remetem às origens e vivências do trabalho ao longo da história, ligados ao período da industrialização. O jardim encenará certo confronto entre o natural e o humano, com a vegetação envolvendo e se apossando das máquinas.
Esse jardim público do trabalho adentra sob o corpo sobrelevado do museu e revela o seu grande espaço central de acolhimento. Espaço rua que dá acesso, cruza longitudinalmente e organiza o terreno e o edifício, inserindo-os no tecido da cidade.
De um lado temos o bloco que abriga funções administrativas e de apoio, reserva técnica, um pequeno auditório, salas de máquinas e sistemas de circulação vertical. De outro, o volume elevado que abriga os espaços expositivos.
Os dois blocos são conectados por passarelas que cortam o vazio vertical do espaço rua. Esse local de acolhimento, alargado em seu centro por dobraduras nas paredes estruturais de concreto e protegido em seu entorno por grandes planos de vidro, deixa à mostra o movimento e a vida do museu. No piso térreo, a loja e o café fazem parte também do principal espaço da convivência – entre visitantes e transeuntes, entre museu e cidade.
O Museu do Trabalho e do Trabalhador tratará da história do trabalho de um modo amplo e universal, desde a Pré-História até os dias atuais, colocando-o em diálogo permanente com outros museus pelo mundo afora.
Por outro lado, tratará também da especificidade nacional e local. São Bernardo do Campo e a região do ABC são, provavelmente, o que melhor representa o desenvolvimento industrial moderno em nosso país. Desde os anos 1950, quando ali foram instaladas diversas montadoras automobilísticas, fábricas de autopeças, eletrodomésticos, indústrias químicas e de plásticos, entre várias outras, a cidade adentrou o imaginário nacional como a capital do automóvel, um símbolo do progresso fabril e de uma nova era de desenvolvimento. A região é também nacional e internacionalmente conhecida pelas lutas sociais desenvolvidas por seus operários.
Nesse sentido, o museu pretende ser um centro articulador da memória e história dos trabalhadores, apresentando a diversidade de suas experiências e vivências em seus locais de trabalho e moradia, em suas múltiplas formas de sociabilidade e de ação coletiva. Tendo como eixos transversais as relações de gênero, étnicas e geracionais, a sua narrativa busca estabelecer um diálogo permanente com o variado conjunto de práticas construídas na região, no país e no mundo.
O Museu do Trabalho e dos Trabalhadores pretende constituir-se em espaço vibrante de convivência, diversão e conhecimento, atraindo visitantes locais e de todas as regiões do país.