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ficha técnica
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O Museu do Tijolo, em Arvorezinha (RS), é um projeto realista em termos de custos e soluções construtivas, sem abrir mão da riqueza espacial e poética que um museu como este deve ter. Com 530 metros quadrados, estruturado em módulos que se repetem de 5 x 5 metros, tem sua racionalidade e dureza quebrada apenas pela inflexão do módulo do auditório, pelas colunas sinuosas e crespas e pela rocha de basalto que cruza o terreno de lado a lado, evidenciada também no interior do edifício.
Essa rocha define um desnível de aproximadamente 3 metros entre a parte mais alta, junto à rua, e a parte dos fundos, sugerindo quase naturalmente a adoção de pé-direito simples no bloco frontal e duplo na parte posterior. A intenção projetual foi pousar o edifício no terreno como ele é, sem grandes movimentos de terra.
O tijolo da cerâmica Fachinetto foi empregado como material básico para toda a estrutura e paredes de fechamento. Ora aparente, ora caiado de branco, ele marca a personalidade do museu. O concreto, por sua vez, foi utilizado somente nas fundações, vigas e lajes. As colunas, feitas uma a uma em formas irregulares e orgânicas, mesclando tijolos inteiros e quebrados, tornam-se grandes esculturas que sustentam a laje de cobertura.
Um espesso muro de tijolos orienta todo o projeto e os usos do museu, como uma grande espinha dorsal de 35 metros de comprimento no sentido Norte-Sul. Uma sequência de usos acompanha o desenvolvimento desse muro, acentuando sua presença como elemento estruturador do projeto. Começando pela recepção e acolhimento, onde o velho caminhão dá as boas-vindas aos visitantes, a exposição permanente conta a história da cerâmica produzida pela família Fachinetto desde o início do século 20. Seguindo o muro, uma linha do tempo com objetos e painéis mostra o tijolo na história da humanidade.
No piso inferior, o museu abriga biblioteca, pesquisa, ateliê de cerâmica para cursos, café e atividades didáticas e recreativas. Junto à escada, aproveitando o desnível do terreno, está implantado um pequeno auditório multiuso para 48 pessoas. Grandes painéis de vidro iluminam os espaços internos do museu e também possibilitam o desfrute orientado da paisagem externa e interna quando visto de fora. Todo o edifício possui um piso de cimento desempenado de alta resistência, com baixa manutenção e grande eficiência em ambiente de intenso fluxo de pessoas. Na cobertura, por fim, uma laje jardim funciona também como solução de isolamento térmico de fácil manutenção.
O Museu do Tijolo integra o Caminho dos Moinhos e deverá atrair visitantes da região e de todo o país – a exemplo do Museu do Pão –, mas deverá fundamentalmente ser um novo equipamento cultural a serviço da comunidade de Arvorezinha.