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ficha técnica
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A nova sede do Instituto de Matemática Pura e Aplicada – Impa deverá ser a expressão mais completa da cidade que desejamos em termos da integração humana com a paisagem natural. O termo convivência resume nosso ideário de projeto: convivência entre homem e natureza; entre a Floresta da Tijuca e a necessária urbanização do Rio de Janeiro, em um diálogo de respeito e integração na construção de edifícios e caminhos.
Procuramos em nossa proposta aliar contundência e delicadeza, em um projeto sutil, mas decidido. Assentamos os edifícios por todo o terreno – encostas, clareiras e patamares –, entremeados por caminhos, jardins e piazzettas, garantindo assim tranquilidade e privacidade aos pesquisadores em seu dia a dia, no desfrute da paisagem e da floresta em múltiplas visões e situações.
Nossos edifícios modulares e múltiplos em sua estruturação deverão ocupar de forma rarefeita os espaços e interstícios entre grandes árvores, em total acordo com a topografia do terreno. As curvas de nível são as balizas do projeto de implantação da pequena cidadela em patamares. Longos edifícios, como fitas, serpentearão as encostas íngremes, pousados suavemente sobre o terreno, apoiados sobre pilares centrais que tocam o terreno a cada 12 metros.
Concentramos no topo do terreno os espaços de uso coletivo: a biblioteca, o restaurante, o auditório e a grande área de exposições e convivência destinada a pesquisadores, professores, estudantes e eventuais visitantes. Assim, todos poderão desfrutar da grandiosidade e magia da antiga pedreira de um lado, e da vista para o Jardim Botânico e a Lagoa Rodrigo de Freitas, do outro.
Nada de carros. Toda a área será destinada ao caminhante. Os carros deverão ficar fora, ou na periferia de todo o conjunto, em um estacionamento discreto, construído em forma de lajes escalonadas envoltas por um velarium vegetal.
Nada de elevadores. Um único sistema moderno de transporte funicular em plano inclinado fará a circulação vertical de pessoas, substituindo muitos elevadores. Deverá conectar a cota mais baixa, na entrada do conjunto, ao ponto mais alto, atendendo confortavelmente a todos os patamares construídos das habitações e áreas de estudo; da Estação Pedra (referência ao grande matacão de granito da entrada) à Estação Farol (referência à instalação luminosa que deverá acender a pedreira durante a noite em momentos especiais). Este último deverá ser um novo marco na paisagem carioca.
O auditório do novo Impa deverá coroar todo o conjunto. Imerso na pedreira, ora introspectivo com cortinas negras, ora extrovertido integrado ao exterior, será o grande palco para a pedra lousa, ferramenta insubstituível dos matemáticos. Da pedra a pedra.