Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA

Rio de Janeiro, RJ
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ficha técnica

Ano:
2015
Área:
15.525m²
equipe:
Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz, Rui Furtado, André Villas Boas, Anne Dieterich, Cícero Ferraz Cruz, Felipe Zene, Gabriel Mendonça, Harold Ramirez, Julio Tarragó, Jun Yamaga, Laura Ferraz, Luciana Dornellas, Pedro Freire, Victor Gurgel, Vinícius Spira, William Campos e Juliana Topazi
Imagens:
Fred Meyer e Acervo Brasil Arquitetura
Premiações:

Descrição:

A nova sede do Instituto de Matemática Pura e Aplicada – Impa deverá ser a expressão mais completa da cidade que desejamos em termos da integração humana com a paisagem natural. O termo convivência resume nosso ideário de projeto: convivência entre homem e natureza; entre a Floresta da Tijuca e a necessária urbanização do Rio de Janeiro, em um diálogo de respeito e integração na construção de edifícios e caminhos.

Procuramos em nossa proposta aliar contundência e delicadeza, em um projeto sutil, mas decidido. Assentamos os edifícios por todo o terreno – encostas, clareiras e patamares –, entremeados por caminhos, jardins e piazzettas, garantindo assim tranquilidade e privacidade aos pesquisadores em seu dia a dia, no desfrute da paisagem e da floresta em múltiplas visões e situações.

Nossos edifícios modulares e múltiplos em sua estruturação deverão ocupar de forma rarefeita os espaços e interstícios entre grandes árvores, em total acordo com a topografia do terreno. As curvas de nível são as balizas do projeto de implantação da pequena cidadela em patamares. Longos edifícios, como fitas, serpentearão as encostas íngremes, pousados suavemente sobre o terreno, apoiados sobre pilares centrais que tocam o terreno a cada 12 metros.

Concentramos no topo do terreno os espaços de uso coletivo: a biblioteca, o restaurante, o auditório e a grande área de exposições e convivência destinada a pesquisadores, professores, estudantes e eventuais visitantes. Assim, todos poderão desfrutar da grandiosidade e magia da antiga pedreira de um lado, e da vista para o Jardim Botânico e a Lagoa Rodrigo de Freitas, do outro.

Nada de carros. Toda a área será destinada ao caminhante. Os carros deverão ficar fora, ou na periferia de todo o conjunto, em um estacionamento discreto, construído em forma de lajes escalonadas envoltas por um velarium vegetal.

Nada de elevadores. Um único sistema moderno de transporte funicular em plano inclinado fará a circulação vertical de pessoas, substituindo muitos elevadores. Deverá conectar a cota mais baixa, na entrada do conjunto, ao ponto mais alto, atendendo confortavelmente a todos os patamares construídos das habitações e áreas de estudo; da Estação Pedra (referência ao grande matacão de granito da entrada) à Estação Farol (referência à instalação luminosa que deverá acender a pedreira durante a noite em momentos especiais). Este último deverá ser um novo marco na paisagem carioca.

O auditório do novo Impa deverá coroar todo o conjunto. Imerso na pedreira, ora introspectivo com cortinas negras, ora extrovertido integrado ao exterior, será o grande palco para a pedra lousa, ferramenta insubstituível dos matemáticos. Da pedra a pedra.