Uma estrutura metálica dá suporte a uma construção discreta, acomodada ao desnível do terreno em declive, na Vila Madalena. Não é uma casa, não é um clube, não é um salão de festas, não é uma academia, não é um atelier. É um pouco disso tudo junto, e no princípio do projeto chegou até a ser chamado de Pavilhão de Tudo.

Duas grandes vigas metálicas invertidas, à la Mies van
der Rohe no Crown Hall, suportam uma cobertura plana, de estrutura secundária também metálica, descarregando o peso até o solo em quatro pilares. Nas duas bordas laterais do terreno, dois grandes muros participam da estrutura, dividindo as cargas e fazendo os fechamentos. Os pilares já servem de marcos para as grandes portas que abrem para a frente e para os fundos do lote, grandes bocas – como hangar de avião
– criando ventilação cruzada total e integração dos espaços internos e externos.

Um muro de arrimo de concreto contém o corte de acerto do terreno e suporta a parte frontal da estrutura metálica.
No programa, uma grande cozinha, sauna, piscina aquecida, espaços para descansar ou morar e ateliê cercam o que poderíamos chamar de praça coberta. Logo na entrada, um jardim intimista, com muita vegetação e tanques de peixes, recebe o visitante. Nos fundos, ligado ao grande espaço praça e ao deck da piscina, uma escada-arrimo faz a ligação com um pequeno campo de futebol. Espaço múltiplo, pavilhão de tudo.