Museu do Tijolo

Arvorezinha, RS

Publicações

  • Projeto Design – Sede do MIS/RJ é de Diller Scofidio + Renfro
  • Projeto Design – Dois dias e uma noite
ficha técnica

Ano: 2015

equipe:

francisco fanucci, marcelo ferraz, andre villas boas, anne dieterich, anselmo turazzi, cicero ferraz cruz, gabriel carvalho, gabriel mendonça, giulia lucente, guilherme tanaka, gustavo otsuka, harold s. ramirez, juliana ricci, julio tarragó, laura ferraz, luciana dornellas, pedro renault, roberto brotero , victor gurgel e william campos.

Área: 577m2
FOTOS: ana carolina pellegrini e acervo brasil arquitetura
Descrição:

O Museu do Tijolo é um projeto realista em termos de custos e soluções construtivas, sem abrir mão da riqueza espacial e poética que um museu como este deve ter. Com 580 metros quadrados, estruturado em módulos que se repetem de 5 x 5 metros, tem sua racionalidade e dureza quebrada apenas pela inflexão do módulo do auditório, pelas colunas sinuosas e crespas e pela rocha de basalto que cruza o terreno de lado a lado, evidenciada também no interior do edifício.

Essa rocha define um desnível de aproximadamente 3 metros entre a parte mais alta, junto à rua, e a parte dos fundos, sugerindo quase naturalmente a adoção de pé-direito simples no bloco frontal e duplo na parte posterior. A intenção projetual foi pousar o edifício no terreno como ele é, sem grandes movimentos de terra.
O tijolo da cerâmica Fachinetto foi empregado como material básico para toda a estrutura e paredes de fechamento. Ora aparente, ora caiado de branco, ele marca a personalidade do museu.

O concreto, por sua vez, foi utilizado somente nas fundações, vigas e lajes. As colunas, feitas uma a uma em formas irregulares e orgânicas, mesclando tijolos inteiros e quebrados, tornam-se grandes esculturas que sustentam a laje de cobertura.
Um espesso muro de tijolos orienta todo o projeto e os usos do museu, como uma grande espinha dorsal de 35 metros de comprimento no sentido Norte-Sul. Uma sequência de usos acompanha o desenvolvimento desse muro, acentuando sua presença como elemento estruturador do projeto. Começando pela recepção e acolhimento, onde o velho caminhão dá as boas-vindas aos visitantes, a exposição permanente conta a história da cerâmica produzida pela família Fachinetto desde o início do século 20. Seguindo o muro, uma linha do tempo com objetos e painéis mostra o tijolo na história da humanidade.

No piso inferior, o museu abriga biblioteca, pesquisa, ateliê de cerâmica para cursos, café e atividades didáticas e recreativas. Junto à escada, aproveitando o desnível do terreno, está implantado um pequeno auditório multiuso para 48 pessoas. Grandes painéis de vidro iluminam os espaços internos do museu e também possibilitam o desfrute orientado da paisagem externa e interna quando visto de fora. Todo o edifício possui um piso de cimento desempenado de alta resistência, com baixa manutenção e grande eficiência em ambiente de intenso fluxo de pessoas. Na cobertura, por fim, uma laje jardim funciona também como solução de isolamento térmico de fácil manutenção.

O Museu do Tijolo integra o Caminho dos Moinhos e deverá atrair visitantes da região e de todo o país – a exemplo do Museu do Pão –, mas deverá fundamentalmente ser um novo equipamento cultural a serviço da comunidade de Arvorezinha.

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