Instituto Socioambiental – ISA
Publicações
- Arquitectura Viva – Urdimbre vernícula
- Casa Vogue – Todas as tribos
- Projeto Design – Racionalismo e cultura indígena no rio Negro
- Arquitetura e Urbanismo – Cultura retrasada
- Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz: Brasil Arquitetura
ficha técnica
Ano: 2000
equipe:
Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz, Anderson Freitas, Pedro Barros, Anne Dieterich, Bruno Levy, Cícero Ferraz Cruz, Gabriel Grinspum e Rodrigo Izecson/strong>
Área: 1.083m2
Fotos:
Daniel Ducci, Beto Ricardo e Anderson Freitas
Descrição:
Trata-se de um esforço em se contrapor à prática recorrente em cidades ribeirinhas de se construir de costas para as águas, utilizando os rios como esgoto doméstico ou coletor de lixo. Nesse sentido, o edifício do ISA se abre para a cidade como um equipamento democrático de uso público e coletivo e também reverencia a paisagem natural – o rio com suas belas águas negras e praias de areia branca, na imensidão de mata amazônica, a se perder de vista.
O projeto teve como fatores determinantes, e até norteadores, as dificuldades construtivas da região, devido ao seu isolamento, e as reduzidas opções de materiais disponíveis. Como resultado, chegamos a uma arquitetura bastante simples, sintética. O edifício é um cubo branco de 16 x 16 m, com três pavimentos, construído com técnicas tradicionais de alvenaria revestida e caiada. Uma pele de madeira o protege das fortes chuvas amazônicas com rajadas de vento, e uma grande cobertura de palha piaçava, material farto na região, proporciona-lhe conforto térmico, assemelhando-o a uma maloca indígena.
Recorremos às habilidades da mão de obra nativa – não só da região, mas também da Colômbia e da Bahia – no trabalho com madeira, cipós e palha para a cobertura e também para a estrutura periférica que veste a construção central e abriga toda a circulação vertical e horizontal, formando marquises, balcões e escadas.
O edifício do ISA procura aliar e fundir todas as concepções espaciais ao programa de uso rico e variado proposto pelos dirigentes da instituição e pelos conselhos indígenas. Uma circulação externa independente – escadas e varandas – dá acesso ao salão multiuso para trabalho, área para exposições, projeções e conferências, biblioteca, apartamentos para pesquisadores e visitantes, cozinha coletiva e uma grande sala de convivência com um redário para descanso ou reuniões.
Com suas varandas, seu salão aberto e acolhedor no térreo e seu terraço panorâmico na cobertura, podemos afirmar que edifício todo é uma grande área de encontros de trabalho e lazer dos usuários e visitantes.
Todo o projeto, também em sua relação com a cidade e com a natureza, está fundado nos princípios da convivência.
- menção honrosa – prêmio latinoamericano de arquitectura rogelio salmona 2016