Fazenda Rio Verde

Conceição do Rio Verde, Minas Gerais, 2015

ficha técnica

Ano: 2015

equipe:

francisco fanucci e marcelo ferraz, anne dieterich, cícero ferraz cruz, guilherme tanaka, julio tarragó, laura ferraz, luciana dornellas, pedro renault e william campos, gabriel carvalho, guega rocha carvalho, heloisa oliveira, roberto brotero e juliana ricci. coautor: gabriel mendonça

Área: 42.250m2
Descrição:

Podemos dizer que esse projeto, encomendado pelo grupo Ipanema Coffees, consistiu em atuar no restauro e recuperação de construções históricas, em reaproveitar e readequar equipamentos obsoletos para novas finalidades e em construir novos equipamentos de sofisticada tecnologia para preparo e benefício de cafés especiais.

A partir de um plano diretor, estabelecemos os diversos projetos em consonância com a definição de seus novos usos e necessidades. A sede da antiga Fazenda Rio Verde, construída em pedra e taipa de mão, foi recuperada e transformada no memorial da família fundadora e dos 130 anos de existência
e vida produtiva na agricultura e pecuária do Sul de Minas, nas franjas da Serra da Mantiqueira. Os antigos terreiros de secagem de café, já sem uso, foram transformados em jardins de jabuticabas a contornar as antigas tulhas de estoque de café – também em desuso –, que foram reformadas e adaptadas para abrigar os escritórios administrativos.

O galpão remanescente da antiga granja de galinhas foi recuperado e adaptado para ser a Casa Conceito da marca Ipanema e também casa de hóspedes para visitantes, um enorme galpão de alvenaria e telhas de barro. Por fim, projetamos um novo terreiro de secagem de café no topo de uma colina ensolarada, com 14 mil metros quadrados
de área, e, no seu entorno, o sofisticado equipamento de lavagem, secagem e beneficiamento de café – em três construções de aproximadamente 5 mil metros quadrados cada para abrigar todo o maquinário necessário ao trabalho e preparo dos cafés especiais.

É importante ressaltar que essas construções, estruturadas em aço corten e revestidas em aço galvanizado, resultam em forma de arcos quase que por uma adequação interna às máquinas
e seu funcionamento fabril. Ou seja, a necessidade pontual de um pé-direito de 15 metros para os elevadores – desnecessário para o restante do galpão – e a acomodação do desnível de 3 metros entre o terreiro e o pavimento inferior sugeriram a roupa em forma de curva ajustada às funções.

Os arcos metálicos, além de formas estruturais por excelência, cumprem essa função com grande eficiência e marcam sua presença suave na paisagem, entre cafezais, matas naturais e morros.
Um projeto múltiplo (ou múltiplos projetos) que procuram não descaracterizar cada um dos conjuntos arquitetônicos.

Ao contrário, o projeto amplo, através do plano diretor e das soluções arquitetônicas adotadas, criou e reforçou o rico diálogo de quatro períodos históricos distintos. A nova Fazenda Rio Verde, com suas raízes históricas profundas, testemunho centenário de transformações nas técnicas e no trabalho, mira o futuro da produção cafeeira, com sua vocação aliada ao terroir especial da região.

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