Conjunto kkkk

Registro, SP

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ficha técnica

Ano: 1996
autores:

francisco fanucci, marcelo ferraz e gabriel grinspum

ocolaboradores:

anne dieterich, anselmo turazzi, beatriz marques, cícero ferraz cruz, fabiana fernandes paiva, felipe zene, gabriel mendonça, kristine stiphany, luciana dornellas, pedro del guerra, rebeca grinspum, victor gurgel e viní­cius spira

Área: 152.900m2
Fotos:

nelson kon

Descrição:
Duas linhas sobre um projeto de arquitetura
Em 1995, preparamos um pequeno estudo arquitetônico para a transformação do antigo Conjunto KKKK num centro de cultura e educação. O conjunto, já desde alguns anos em nossa mira de arquitetos indignados com o abandono do patrimônio histórico, além de ávidos por um novo desafio de projeto, impressionava-nos não somente pela arquitetura singular,
mas por sua presença física e simbólica na formação e no crescimento da cidade de Registro.
Em situação geográfica e urbanística privilegiada, aqueles galpões imponentes – considerando a escala local – foram por muitos anos a porta de entrada da cidade, quando ali só se chegava pelas águas do rio Ribeira de Iguape. Sua estratégica implantação, na curva externa do cotovelo que o rio faz naquele ponto, permite a visão longitudinal do curso d’água a montante e a jusante. Dali, quando o rio era navegável, podia-se divisar a aproximação longínqua dos barcos que vinham das terras interiores ou do porto de Iguape, transportando arroz, chá, mercadorias várias.
Com o pequeno caderno desse hipotético projeto, iniciamos uma peregrinação por governos municipais e secretarias de Estado, em busca de apoio. Acreditávamos
que recuperar o conjunto com os instrumentos da “arqueologia industrial” contribuiria para devolver a auto-estima dos habitantes de Registro e, também, para reavivar toda uma área da cidade que, subutilizada, guardava somente a lembrança das enchentes e outros problemas trazidos pelo rio.
Muitos foram os percalços no detalhamento e na execução da obra, acompanhada atentamente, e com alguma desconfiança, pelos cidadãos de Registro, em especial aqueles da comunidade japonesa. Afinal, em quarenta anos de abandono, muitas promessas de recuperação e muitas tentativas haviam sido feitas, sem sucesso.

Um bonito e crescente movimento de apoio foi surgindo à medida que a obra parecia mais e mais destinada a ser concluída. Num piscar de olhos, às vésperas da inauguração, edifício de três pavimentos, reservado ao Memorial da Imigração Japonesa, foi ocupado pelas doações das famílias nipo-brasileiras, descendentes dos imigrantes pioneiros. Objetos de uso pessoal, apetrechos domésticos e religiosos, ferramentas e máquinas, documentos escritos e fotografias, Preocupados com a necessidade de formação de um acervo de obras de arte, pedimos uma doação a alguns artistas –amigos – de origem japonesa, e assim foi que, como num susto, a contribuição veio imediatamente e em apenas duas semanas se propagou com novas indicações de artistas – amigos dos amigos. Surpreendentemente, nosso acalentado embrião logo tomou a forma de uma coleção de cinqüenta obras, valiosa e representativa da arte nipo-brasileira.

Com a realização desse trabalho, após seis anos de idas e vindas, reafirmamos nossa crença de que a arquitetura,ou melhor, a ação arquitetônica tem uma enorme força de transformação. Mesmo quando pontual, ela pode alterar a realidade e irradiar seus efeitos para toda a cidade.

No caso do Conjunto KKKK, uma nova relação da cidade com o rio Ribeira de Iguape foi estabelecida: o coração, ou núcleo central, de um parque beira-rio já é uma realidade; desenhos, mapas e livros trazidos do Japão compõem hoje um acervo que testemunha esse pequeno pedaço da história recente do Brasil, ainda pouco divulgado e pouco conhecido. O resgate e a revisão da história da cidade, sob um “olhar ribeirinho”, já têm seu espaço/documento; convivência passa a ser a palavra-guia do novo equipamento urbano.

Prêmios

  • prêmio iab/sp 2002 – vencedor na categoria revitalização de edifí­cios

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