Museu da Imagem e do Som – MIS
São gabriel da cachoeira, am brasil

Publicações

  • isto É – a bahia do futuro

ficha técnica

Ano: 2009

equipe:

francisco fanucci, marcelo ferraz, cí­cero ferraz cruz márcio targa, sergio ekerman; adriana sobral, alberto santana, juliana ribeiro, jólie soares, manuel sá, marina barreto, marina pereira, rennata magalhães; maurício chagas; alexandre prisco e nivaldo andrade

Fotos:

fred mayer e acervo brasil arquitetura

Descrição:
Podemos afirmar com segurança que, dos anos 1960 para cá, nossas grandes cidades cresceram descontroladamente
e pioraram muito, seja no trato do espaço público, seja no conforto necessário à vida gregária. Enfim, retrocedemos em matéria de urbanidade.
Paradoxalmente, elas nunca deixaram de simbolizar a esperança de uma vida melhor, com trabalho, escola, futuro
para os jovens, acolhendo levas e levas de migrantes do campo e de pequenas comunidades.
Mas a realidade bate forte: esse crescimento descontrolado e perverso nas relações de poder e da posse da terra, esse inchaço aliado à ignorância e a interesses escusos na gestão do espaço urbano transformou a cidade, que passou de promessa de céu a verdadeiro inferno de violências e tragédias.
Temos um grande passivo a ser recuperado se ainda acreditamos na possibilidade de uma vida cidadã. Os planos diretores tecnoburocráticos das últimas décadas ficaram no
papel por absoluta falta de sensibilidade política de ouvir, ver e propor a partir das necessidades e da realidade da vida de cada lugar, em nossa sociedade plural.
Cada cidade, com sua história, sua geografia física e humana, suas características e originalidades, aponta saídas e soluções diferenciadas para seus problemas urbanos. Não há modelo pronto. Salvador, com toda sua exuberância e saber
de experiência feito, tem muito a nos ensinar. Devemos partir desse conhecimento, dessa lição de fazer cidade, para tratar de qualquer problema urbano atual.
Convidados para elaborar um plano para toda a
Cidade Baixa de Salvador – do Solar do Unhão até a Ribeira, abrangendo toda a península de Itapagipe –, apresentamos publicamente, dentro de uma ação mais ampla da Prefeitura, um projeto ambicioso que vai da borda da água até o topo da cumeada do frontispício.
Mais que um plano, é um projeto urbano que pode ser resumido em alguns pontos: abertura da frente marítima da cidade para toda a população; criação de espaços públicos qualificados visando a acessibilidade universal – no sentido físico e socioeconômico – e o conforto urbano; recuperação urbanística e paisagística de toda a encosta, em especial o frontispício, como a mais forte imagem da cidade; criação de sistema eficiente de transporte público que articule todos os setores da Cidade Baixa e estabeleça novas conexões com a Cidade Alta; incremento da habitação com a recuperação e a ocupação dos edifícios e áreas degradadas e/ou subutilizadas; implantação de rede de equipamentos de grande porte destinados à cultura, ao esporte e ao lazer da população, as cidadelas sociais.
É um projeto viável. E como motor é preciso ter em mente o que foi Salvador nos séculos passados, até os anos 1950, tomar a sabedoria arquitetônica e urbanística dos nossos antepassados como espelho ou desafio às novas intervenções. E isso deve nos encorajar a propor e tomar decisões.
Acreditamos que, com uma ação integrada do poder público com o poder privado e a sociedade civil, podemos mudar uma cidade maltratada e ofendida por décadas de negligência e abandono. Parafraseando Antonio Risério em seu brilhante ensaio sobre Dorival Caymmi, que a Cidade da Bahia possa voltar a ser “uma utopia de lugar”.

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