Villa Isabella

Finlândia

Prêmios

  • Vencedor de concurso fechado 2005
ficha técnica

Ano: 2005

equipe:

Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz, Cícero Ferraz Cruz, Anne Dieterich, Bruno Levy, Gabriel Grinspum, Luciana Dornellas, Pedro Del Guerra, Ville Niiranen e Mikko Kääriäinen

Área: 330m2
Fotos:

Leonardo Finotti e Marcelo Ferraz

Descrição:

É impossível pensar na arquitetura moderna brasileira
sem a forte influência da Finlândia por meio da obra genial de Alvar Aalto. Em nossa formação acadêmica esmiuçávamos seus projetos ávidos por entender sua (difícil) lógica e o fascínio que nos causava. Era como tentar decifrar um enigma de algo que gostávamos, mas que causava certo incômodo por não entendermos direito, como se dá em geral com obras de arte.

Quando fomos convidados a participar de um concurso fechado entre quatro arquitetos brasileiros para projetar a Villa Isabella, a demanda era clara e explícita de que os clientes queriam uma casa com elementos brasileiros, ou de certa forma e na medida do possível, em moldes brasileiros de construir e morar. Chegamos até a acreditar que isso poderia existir. Bem, o desafio estava colocado.

Mergulhamos imediatamente numa autoanálise de
nosso fazer arquitetônico buscando nossas raízes, ou melhor, nossas matrizes referenciais e, para surpresa, deparamo-nos com estruturas, concepções espaciais, lógicas construtivas, apropriação de materiais e relação com o ambiente natural e urbano oriundas da experiência finlandesa na arquitetura. Mais precisamente da obra de Aalto.

Brasil e Finlândia, “tão longe, tão perto”, por intermédio da arquitetura.

Podemos afirmar que o projeto para a Villa Isabella é marcado por uma vontade de aparecer e desaparecer; colocar-se clara e contundentemente na paisagem, no território, e, por outro lado, mimetizar o bosque, camuflar-se, ser quase invisível. Parece contraditório, mas em arquitetura isso é possível.

A casa se apresenta com personalidade forte na paisagem, porém sem agredi-la. Sua integração com a natureza é dosada, calculada e variável de acordo com cada estação do ano: sob diferentes circunstâncias – na radicalidade das quatro estações climáticas finlandesas –, luzes, materiais, cores e elementos construtivos propiciam diferentes experiências.

Em função do clima agressivo e frio dominante na maior parte do ano, a vida necessariamente acontece indoor. Essa constatação nos levou a abandonar a ideia de compactação dos espaços e propor uma casa espraiada, em que os deslocamentos de um ambiente para outro fossem valorizados, como passeios numa minúscula vila. Corredores envidraçados, pisos de pedra branca de Goiás e muros de pedra bruta da Lapônia (que ainda hoje mantêm vivos pequenos musgos) acentuam essa sensação e fazem dessas caminhadas espécies de idas ao exterior sem sair do interior.

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