Memorial da Democracia

São Paulo, SP

Publicações

  • Arquitetura e Urbanismo – Escritório Brasil Arquitetura divulga projeto do Memorial da Democracia
  • Projeto Design – Democracia no centro de São Paulo
ficha técnica

Ano: 2012

equipe:

francisco fanucci, marcelo ferraz, victor gurgel, anne dieterich, anselmo turazzi, beatriz marques, cícero ferraz cruz, fabiana paiva, felipe zene, fred meyer, gabriel grinspum, gabriel mendonça, luciana dornellas, pedro del guerra; andré carvalho, julio tarragó e laura ferraz

Área: 21.220 m2
Fotos:

fred mayer

Descrição:

A arquitetura do Memorial da Democracia deve expressar solidez, transparência, claridade, multiplicidade, diversidade e urbanidade. Deve também ser convidativa, acessível, gentil.

Nosso projeto nasce de uma aproximação com o lugar onde será construído. Lugar físico e socioambiental – a geografia e a história urbana da região da Luz. Do desenho das duas quadras sai, como uma resultante, a planta e a forma dos dois volumes que hospedarão todo o programa de uso, toda a vida do futuro Memorial. Será, portanto, uma reafirmação do traçado urbano e da ocupação preexistente.

Projetamos um grande conjunto que a rua dos Gusmões divide em dois. Serão dois blocos que se interpenetram através de passarelas e rampas aéreas. Pela forma triangular dos lotes, o conjunto se assemelha a uma grande cunha cravada na área central da cidade. Assim, é do diálogo e da reciprocidade com o lugar que sai sua arquitetura, e não de desejos formais ou premissas pautadas exclusivamente na arbitrariedade que todo gesto arquitetônico contém, em maior ou menor escala.

A arquitetura do Memorial da Democracia é contundente, afirmativa, o que se justifica pelo seu significado, de uma instituição que conta a história da conquista da democracia através das lutas populares no Brasil, e por sua inserção entre os vários monumentos de peso da região – Jardim e Estação da Luz, Sala São Paulo, Pinacoteca do Estado e Estação Pinacoteca.

Optamos pela tecnologia do concreto armado e protendido como base estrutural e material de nossa construção. E, dentro dessa tecnologia, utilizaremos o concreto autolimpante. Teremos, portanto, um grande conjunto branco que, visto de perto, revelará uma gama de agregados coloridos, pedras, seixos, pedriscos etc.

Em uma das fachadas mais evidentes, a grande parede branca voltada para a rua Mauá, faremos uma concentração de pedras trazidas de todas as partes do Brasil, como um verdadeiro núcleo de galáxia que explode numa miríade de pontos e cores de texturas variadas. De diferentes formas e dimensões, essas pedras serão concretadas juntamente com as paredes que irão subindo, e a elas ficarão amalgamadas para sempre. Assim, a arquitetura e sua construção já estarão incorporando o tema do Memorial, reafirmando simbolicamente, com pedras de todas as partes, a luta pela conquista e construção da democracia.
Com exceção das áreas de acesso ao subsolo e pavimentos superiores, o térreo será basicamente um logradouro público. É a cidade que adentra o edifício por sua grande boca e o utiliza também como passagem coberta, como nos mais tradicionais e democráticos exemplos das galerias que marcam o melhor momento da arquitetura pública, voltada ao caminhante.

Os dois blocos do conjunto, conectados por passarelas e rampas aéreas, cumprirão distintos papéis, usos e funções, com áreas expositivas, auditório, terraço/jardim com café e restaurante, salas de pesquisas e de aula, guarda de acervo
e áreas de apoio. Acessibilidade universal e redução de consumo energético durante e após a construção são princípios fundamentais e inegociáveis do projeto.

Essa será uma casa da democracia brasileira: sentinela avançada e guardiã das conquistas e lutas, sofrimentos e glórias do nosso povo.

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